A história da caçadora

Era uma vez uma caçadora. 
Vagava pelos bosques durante a madrugada acompanhada somente por seu lobo branco. Era chamada Luna Sombra da Noite. Por onde passava expalhavam-se rumores que posteriormente tornavam-se lendas: uma deusa de um metro e setenta de altura e pele alva, com seios fartos, cintura fina e quadril largo; cabelos negros como a meia noite e olhos azuis como o crepúsculo riscados de prata - os mesmos olhos de seu lobo.
Seu corpo virgem era feito para a caçada e exalava selvageria.
Dizia-se que ela era um espírito livre da floresta, que ela escolhera viver na noite renunciando a luz do dia. Dizia-se que ela caçava os mesmos animais que protegia dos outros com um arco e flecha de prata. Dizia-se que ela era perigosa. Dizia-se muitas coisas, mas nada do que se dizia  contava a história por trás  de sua expressão impassível de guerra.
Ela nascera há éons atrás, filha de Éeo, o deus do céu, e de Lore, deusa do crepúsculo. Foi destinada a suceder o pai e governar as terras de seu dominio junto com seu irmão gêmeo, Solare Luz do Dia. Ele era a personificação do dia assim como ela era a personificação da noite.
Cabelos de ondas douradas em franja sobre os olhos violetas como o crepúsculo riscados de ouro; um metro e noventa de musculos bronzeados. E como a irmã, tinha lábios vermelhos e levemente mais carnudos em baixo do que em cima, um sorriso brilhante e cílios compridos e curvados.
Para manter o sangue dos deuses puro, foram prometidos um ao outro como amantes no dia em que nasceram. O mesmo dia em que a lua fora dada a ela e o sol a ele.
E do céu caíram duas estrelas para serem suas fortaleza. O Protetor de Luna Sombra da Noite era Luc Estrela do Poente e a Protetora de Solare Luz do Dia era Silícia Estrela da Aurora. Eram a semelhança física de seu protegido.
E ah, pobre Luna, acabou apaixonando-se por aquele que tinha de ser seu escudeiro, seu melhor amigo e não seu marido. Mas conforme o tempo passava ficava cada vez mais claro para todos, até para Solare que sua irmã, sua amada irmã se entregaria a estrela caída.
Enciumado, uniu-se a Silícia - esta, apaixonada por Luc - para tomar a irmã para si com um plano que ocultou até de sua aliada. Solare aproveitou o dom de Luna de sempre acertar o  alvo que visava e a desafiou a aniquilar o pior inimigo dele. Se Luna o acertasse, poderia ficar com Luc. Ela prontamente aceitou o desafio, contando que venceria. Apontou uma flecha para o céu e a disparou para que seguisse o curso de matar o inimigo do irmão, que ela desconhecia que era, mas ficava feliz em matar, porque mesmo que não amasse o irmão como um amante, ele era seu sangue.
Silícia estava com Luc quando uma flecha de prata atravessou seu coração. E gritou. Aquilo estava errado, não era para Luc morrer. Mas a certeza que a morte o abraçaria tomou seu coração assim como tocou o de Luna que correu para o encontro de seu amado. 
A estrela definhou nos braços da lua. 
Éeo, apiedado da dor de sua filha, levou Luc para o céu e o transformou em constelação e odioso do comportamento de Silícia e Solare aprisionou-os a luz do dia, assim, Silícia jamais veria a contelação de Luc e Solare jamais poderiam ver Luna que viveria a partir de então nas sombras da noite para que sua estrela pudesse admirá-la em sua caçada solitária, já que o único que um dia amara e quisera pertencer, fora assassinado por ela própria, graças a seu irmão.

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