a filha do vento.

E assim será...
E como nada é por acaso a vida seguirá no caminho que tiver que seguir como se nada e tudo tivessem acontecido.
Destino ou acaso seguirão seu rumo para se encontrar e se esbarrar e cair e tropeçar se erguer cair e vomitar e tudo terá seu próprio tempo sem que nada dure... para sempre
A vida tomará o caminho das ondas de ar como o espirito dos ventos determinou e tal como um juiz, decidiu por ela que esse seria o caminho. Não há um herói para ela e todos, absolutamente todos, são
vilões .
A vida seguirá porque não para de seguir, porque não para, porque continua, porque atropela e porque devora, assim como o tempo e nos digere  - lenta ou rapidamente -, mas como o tempo é relativo, sobre isso não se pode dar um veredito ou fazer juízo de valor. Não se pode determinar nada, além da verdade, que doí, mas não a negamos quando a negamos, porque o desprezo pela veracidade é também seu desejo. O desejo pela verdade é o masoquismo inegável que alimentamos porque somos humanos e isso significa ser auto-torturadores. Menos para ele, que decidiu não se torturar, egoistamente escolhendo a tortura dela.
Não que se possa dizer que qualquer mágica metafisica tenha deixado de existir, porque  as coisas ainda corroem como o ácido que faz escorrer o brilho e o renova, do meso modo que se pole uma panela: destruindo camadas de metal para deixá-lo mais bonito. Res-plan-de-cen-te.
Não que se possa ignorar o efeito psico-químico-fisco-biológico e suas consequências e por isso eles se mantem apart - para evitar que qualquer coisa impeça as decisões da natureza.
E tudo passa, pois assim corre o tempo. E se tudo passar tudo irá se decompor numa velocidade inacreditável para quando virmos em câmera acelerada no final da vida, mas por agora, vivendo, estamos desacelerando e prosseguido.  Digerindo. Meticulosamente. E
desexistindo.
A lagrima escorre e se esvai um pouco da dor que, como a cabeça de uma hidra se multiplica e se expande até que não reste nada da menina dos olhos. Inteiramente consumida.
A água gelada . O vento. O ser humano em negação. = Sobrevivência. E o tempo. A trilha sonora será um violino chorando as lágrimas que se esgotaram porque ela esta desidratada e já não possuía uma marca sequer dele em seu corpo, mas se pergunta se alguma das suas ainda está nele e se qualquer outra as verá em breve e se elas desaparecerão a tempo de ele ter outra e se a outra se perguntará quem fez aquilo nele e pensará, que ele talvez pertença a outro alguém e se ele consegue não pensar  nela. A menina dos olhos se pergunta se ele pensa; ela pensa.
E talvez não conseguisse parar de olhá-lo se se encontrasse em suas madrugadas ensolaradas quando ela acordava primeiro e contempla-o com todos os sentido do corpo humano. No seu próprio mundo.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::(o silêncio do luto; de quem procura palavras)::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Tudo vai seguir.
Acordaremos todos na manhã seguinte.
E o tempo vai con-su-mir.
O tempo vai se mostrar.
E as cicatrizes jamais serão esquecidas e os olhos ainda serão cruelmente honesto com a crueldade praticada pelos seres humanos que, na verdade, é apenas suas vidas, enquanto eles apenas
vivem.

lar é onde estão aqueles que você ama estão



   Do ponto mais alto do castelo era possível vê-lo por inteiro; as construções, os parques recreativos e os campos. Ela observava a vida seguindo abaixo de si, contando os dias para abandoná-lo. O tanto que desejava deixá-lo era também o tanto que desejava jamais se afastar do reino a beira mar.
   Ela era única que permanecera nos oito anos que se passaram. Seus amigos haviam migrado para outros reinos - alguns há muito tempo, outros, deixaram este ainda há pouco.
   Não os culpava por deixarem-na. Sorria tranquilamente ao pensar nisso. Eles simplesmente foram conquistar seus sonhos e isso só podia ser feito em outros lugares. Mas o sonho dela estava ali.
   Nos últimos tempos, aprendeu que a história se repete e jamais é a mesma. Mas quem poderia negar que aquelas crianças agiam exatamente como ela mesma agiu com seus amigos há tão poucos anos atrás? Achava curiosa a mania adolescente de achar que sabe muito e ainda mais...
   Mas seus sorrisos eram tão apaixonados pela vida quanto o dela próprio já foi.
   Não lamentava mais nada. Houve o tempo para sentir dor, para chorar, para se sentir sozinha. Estava completa, enfim, porque a distancia não fazia deles menos parte dela. Na verdade, a distancia a ensinou a amá-los ainda mais, ainda que os terremotos, deslizamentos e erupções vulcânicas tenham destruído tudo. Amou-os ainda mais porque ela reconstruiu sua cidade nobre das cinzas e a reconstruiria quantas vezes fosse preciso. As pessoas passam por nossas vidas e deixam um pedaço de si conosco - um pedaço que nos ajuda a reconstruir os castelos.
   Eles riam ao pé de uma colina nos campos; alguns corriam, outros estavam deitados... O som de suas risadas era tão igual aos sons de suas lembranças que se fechasse os olhos poderia fingir que nada jamais mudou. E sendo honesto contigo, leitor, muito dela queria fingir que o tempo não passou, descer as escadas e se unir as crianças para fazer a magica durar um pouco mais. Pois para todos nós é difícil dar as costas para aquilo que mais amamos, mas ela também sabia e queria voar porque enfim, encontraria os seus.
  E estaria em casa.

Aos meus velhos e novos amigos.

só hoje



hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito




    Cabeça encostada à janela do ônibus.
    O dia está nublado, mas ela não o vê. A imagem que dança sobre seus olhos é a cor da pele - mel com chocolate - dele, quando o verão acabava. No primeiro abraço do ano ela abria os olhos para a nuca doce do amigo, incentivada pelo seu cheiro.
    Era quando a saudade mais queimava e no seu ápice começava a ser domada.
    As vezes ela sentia aquela mesma saudade e numa resposta biológica automática, o nariz avermelhava e a boca melava. Em sua mente, se via correndo, desesperada para vê-lo abrindo o portão de madeira branca e com seu jeito sem jeito, aproximar-se pedindo que ela o abraçasse.
    Trincou o maxilar de olhos fechados - ainda bem que já estava quase chegando em casa. 




Ao som de Só hoje, Jota Quest.                                                                          só hoje - 1

absorver






            Eu te absorvia. A cada detalhe de cada movimento. Cada traço. 
            Eu te absorvia. Vigiei cada um dos seus movimentos e escolhas.
            Eu te absorvia. Velei por ti até nas horas mais escuras.
            Eu te absorvia. Estive invisível e silenciosamente ao teu lado.
            Eu te absorvia. Fui o esteio imperceptível.
            Eu te absorvia. Até você se e me transformar em mim.
            Eu te absorvia. Gra-da-ti-va-men-te se tornando outro você.
            Eu te absorvia. Até eu te absorver.


brooklyn baby


Ela era beat.
Uma caneta prendia sua massa de cabelos enquanto ela escrevia versos e linhas em seus pulsos.
Rolava uma vibe de drogas em seu sangue e uma larica de açúcar.
Um punhado de decisões ruins faziam a sua história que, os eruditos, considerariam promiscua por desafiar a moral que eles acreditam ser regra mas, é falsa.
Ela era a brisa que a carregava, sempre julgada como imatura e mais esperta do que podiam prever. Tão esperta que habilmente se disfarçava de tola.
Com olhos ferozes, absorvia tudo e dançava suave como as águas de um rio. E suave também era o veneno que ela distribuía naquele que se aproximavam demais.
Ela era poesia.
Mordia os lábios quando estava pensando e costumava fitar o nada quando ninguém estava por perto, porque na presença de outros seres humanos fazia questão de olhar a todos nós olhos para enxergar seus caráteres.
Uma vida de riscos, uma vida de aventuras, uma vida de limites avançados e regras quebradas.
Se envolvia demais e os outros por ela, mas quanto mais apaixonados eles estavam, mais ela se desencantava.
Ela é julgada por suas cores e não por sua alma. Eles acham que ela é o corpo e não aquilo que o preenche. Mas ela é a energia que a move. A vitalidade que a leva para longe de casa e que deixa os seus preocupados com sua segurança. Porque ela gosta de se submeter ao imprevisível.
Ela gosta de estar entre aqueles que ainda que não a entendam, são plenamente capazes de viver com ela e apreciar sua beleza divergente.
Ela era prosa.
Versos de uma história que se rasgava e tomava rumos ondulantes como fitas ao vento.
Ela sabia seu caminho e não mais brincava de viver. Vivia. Fresca como só os de sangue jovem podem ser, mas escorada como só alguém que já se deparou muito com os pecados poderia se tornar.
Tentadora pelo conjunto, ela esmagaria seu coração.
E você deixaria.

youngblood

Eu preciso de uma mudança.
Que seja algo físico como um novo corte de cabelo ou uma nova cor do mesmo. Que seja algo metafísico como uma nova crença ou um transformação de filosofia ou ideologia ou qualquer coisa relativo as minhas ideias.
Eu preciso de uma mudança. 
Preciso de um banho de água gelada para lavar o suor e um banho de água quente para aquecer minha alma fria. Me sinto esvaziada a cada segundo. Me sinto vazando. Sinto meu corpo dormente. Não sinto nada.
Eu quero desesperadoramente sentir. Quero ser ferida. Quero ser sentida. Quero amar, odiar e ser traída. 
Eu quero a vida. Quero os canais Veneza e as boates escuras e clandestinas de Bristol, as drogas e a prostituição de Amsterdã, quero a vida despreocupada e fútil das adolescentes americanas com seus carros luxuosos, quero os trabalhos e a fome africana, quero as burcas Asiáticas e as orações e templos Hindus, quero o frio cortante da Rússia e toda a vodka que puder me esquentar, quero as águas quentes do caribe e o sol queimando minha pele com a brisa que refresca e engana, quero os animais exóticos de todos os cantos e as comidas que consideram grotescas, quero o socialismo alfabetizado de Cuba e ser ferida por um dos 1 milhão de soldados do exercito chines. Quero amar vários corpos e ser amada por eles. Meninos, meninas, meninos-meninas e a natureza.
Aventuras.
O mundo que eu posso descobrir. Quero voar por ele com o pó da Sininho. Eu não preciso de asas, nem de companhia. Só preciso de liberdade. Preciso não crescer.
Eu preciso de uma mudança.
Preciso me apaixonar perdidamente e doar cada uma das minhas células a essa pessoa. Preciso de um romance de tirar o fôlego. Preciso de um romance de tirar a razão. Preciso de um romance autodestrutivo.
A dor é tão bem vinda quanto o carinho. 
Então me bata, porque eu só quero sentir algo e parar de fingir que tudo nunca aconteceu. 
Eu preciso de uma mudança.
 
By Biatm ░ Cr�ditos: We ♥ it * Dicas e tutoriais da Jana