Combustão



 Estas alegrias violentas, têm fins violentos.
Falecendo no triunfo, como fogo e polvora
Que num beijo se consomem
 
- William Shakespeare




 Como é se apaixonar?
Eu ouvi dizer que é quando uma força te impeli a alguém; quando você está fascinado, encantado. Quando mesmo sabendo dos riscos e consequências, tudo que você quer é que o alguém te pertença.
A paixão é sobre aquelas faíscas que explodem na negritude do céu quando o fogo crepitante mancha a noite de cores quentes. O fogo brilha, suas formas imprevisíveis e rebeldes erguem-se para mostrar seu poder  e desafiar qualquer um a tentar apagá-lo.
Pelo que provei do fogo, sei que ele é violento e que age como um amante conquistador tão perfeitamente manipulador que é impossível resistir a ele. O fogo te chama para o calor de seus braços hipnoticamente, mas é perigoso e o apaixonado não deve se entregar.
O apaixonado é a pólvora.
Mesmo sendo prudente se afastar, é impossível não se entregar porque isso é tudo que ser quer. Ambos explodem em combustão queimando voraz e deliciosamente. Mas o fogo não dura, ele cessa em seu melhor momento, deixando os tolos amantes brutal e cuidadosamente machucados. E em vez de aprender a lição, o desejo inflama teimosamente e deseja-e mais fogo e dor.
E nunca para, pois você irá a se queimar por vezes e voltará sempre para os braços do mesmo amante impetuoso, para sentir-se arder do mesmo fogo - ele se fortaleceu e a essa altura, é indestrutível e durará eternamente. Não se pode apagar o fogo soterrando-o em gelo; ele arderá esperançoso, ainda que fátuo, aguardando o dia de consumir o amante novamente. E esse dia chegará.
O problema do fogo é que ele vicia.


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Para Karina Aguiar, por me motivar a voltar a postar. Você é uma graça, garota dos livros! Obrigada.

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