Caro amigo,
Terminei de ler um livro agora - alias, terminei outro livro. Nessas férias tenho lido muito e agradeço por isso, já que em época de aulas quase não tenho tempo de ler.
O livro que terminei se chama Murmúrio. Eu gosto dos títulos que a autora costuma dar para seus livros e da mensagem de cada um deles, afinal, como dizia Victor Hugo, o livro tem um papel social - não se escreve por escrever e sim por um proposito.
E concordo com a autora, as vezes nos preocupamos demais em escutar a voz da multidão e não damos atenção aos sussurros do nosso coração. Eu não nego que ser festejado proporciona uma ótima sensação, porque faz com que aquele que a gente se sinta notado num mundo habitado de pessoas "invisíveis". Mas tentar agradar os outros e desprezarmos quem realmente somos nunca é uma coisa boa, principalmente quando cada um de nós esquece quem é.
Acho isso uma questão preocupante.
A cada dia eu vejo uma pessoa diferente se transformar, deixando de ser alguém autentico para atender as necessidades de entretenimento dos outros, copiando um padrão de comportamento que o grupo em que ela quer ser aceita pratica. Porque essa pessoa acha que eles são amigos dela ou ela quer ser amiga deles. Porque ela quer se destacar. E no final ela se torna só mais uma.
O que é irônico, porque as pessoas mais se destacam quando menos tentam agradar.
Eu acredito piamente que cada um tem seu brilho e que cada brilho é único. Se aquele grupo não gosta de você porque você é diferente deles, que importa?! Acho que quem perde são eles. Acho que amizade vem com uma clausula implícita de aceitação - quem é nosso amigo não vai pedir para ignorarmos nossa essência, só para que fiquemos parecidos.
Mas antes de ser aceito pelos outros, cada um tem que aceitar a si mesmo. Uma coisa não pode ser conquistada sem a outra. É como o que dizem sobre o amor: antes de amar os outros temos que amar a nós mesmos.
Se você tenta agradar a multidão, amigo, eu te aceito do jeito que você é. Não se preocupe em tentar me agradar - comigo você pode ser você mesmo.
Com amor,
Luna.
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