Yuri, Aragão e eu estávamos na quadra jogando futebol ─ bom, eles jogavam e eu tentava jogar.

Eu estava correndo para pegar a bola do Aragão e dei um carrinho com muita Esperança, que se dissolveu, quando ele me driblou e fez gol. Eu bufei, enquanto o Yuri me ajudava a me levantar, e depois saiu correndo atrás da bola, tentou dar uma driblada no Aragão, mas não conseguiu, e sai bufando, deu uma volta no próprio eixo.

─ Qual é Yuri, você é melhor do que isso! ─ Eu gritei.

─ Falou a boa jogadora ─ Ele ironizou.

Eu parei e o fitei seriamente ofendida. Aragão parou no meio do chute que faria e olhou para mim. Pela cara dele, eu estava com uma expressão assassina. Yuri pareceu desconfortável.

─ Eu não estava sendo irônica. ─ Falei e virei às costas para me afastar deles.

─ Julião ─ Me chamaram pelo meu antigo apelido odiado ─ na verdade, já não me incomodava tanto com ele hoje, me parecia mais um modo carinhoso de me chamar. Mesmo assim, não olhei para eles.

Continuei andando até que senti um par de mãos, um de cada lado, me segurar e me impedir de continuar seguindo.

─ Desculpa ─ Pediu o Yuri com uma vozinha doce. Não em virei.

─ Vai, Julião ─ Aragão me puxou para trás querendo me abraçar. Eu me recusei e tentei continuar seguindo, mas eles apertaram as mãos no meu pulso e no meu braço.

─ Por favor, me desculpa ─ Insistiu Yuri, me abraçando pelas costas. Empinei o nariz e tentei me soltar.

─ Ah, é assim né?! ─ Aragão pegou minhas pernas, o Yuri meus braços e começaram a me balançar no ar como se eu fosse uma criança. Eu sorri inevitavelmente E era bom, era como voar e eu me senti livre e plena. E um pouco tonta. E mais tonta.

─ Para, to tonta ─ Resmunguei.

─ Só vamos para quando você aceitar as desculpas. ─ Aragão respondeu.

Gemi alto por causa da tontura. Era meio agonizante.

─ Por que estão fazendo isso comigo? ─ Gemi de novo.

─ É só você aceitar as desculpas ─ Yuri respondeu.

Bufei. Suspirei. Gemi. Eu era muito orgulhosa, mas ia acabar desmaiando se continuasse assim.

─ Tudo bem, tudo bem! ─ Gritei ─ Eu aceito.

Puseram-me no chão e se entre olharam maliciosamente. Eu mal me recuperei e eles me atacaram me fazendo cosquinhas. Caímos no chão rindo pelas cosquinhas, que eu fazia neles e eles faziam em mim.

De repende ouvimos umas risadas e Larissa, Edith, Thaty e Edith se aproximaram de nós, vindo de trás de umas arvores. Elas riam com tanta vontade, que simplesmente achamos que devíamos rir junto. Só por rir.

Yuri se levantou, aproximou-se de Thaty e começou a fazer cosquinhas nela e eu e Aragão seguimos seu exemplo, fazendo cosquinhas em todas. Rindo, rindo feitos sete maníacos loucos. Por que mesmo? Ah, sim. Porque a vida é bela. E então fizemos mais consquinhas uns nos outros e rimos mais. Gargalhamos mais.

Exausto, contemplamos o céu estrelado que cobria nossas cabeças. Era tudo lindo, como num conto de fadas. Eu via tudo, tudo colorido com um milhão de estrelas e constelações brilhando acima de nós.

Eu senti pela primeira vez na vida que finalmente tinha encontrado o meu lugar naquele mundo. Num planeta, dentre seis bilhões de pessoas, seis bilhões de almas e tudo que eu precisava eram seis. Era o bastante para eu sobreviver.

Se existe a perfeição, ela se resumia a isso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
By Biatm ░ Cr�ditos: We ♥ it * Dicas e tutoriais da Jana