eu só rezo para ficar bem,


Luna? – O meu irmão mais velho, Luc, me chamou pondo a cabeça dentro do meu quarto
Eu estava lendo. Fechei o livro e olhei para ele.
- O PC morreu - Ele disse. Eu não assimilei as palavras de imediato, de modo que demorou alguns segundos até as palavras dele realmente me atingirem.
- Você ouviu direito - Ele falou, diante da minha ausência de resposta.
Olhei para ele erguendo uma sobrancelha, como se dissesse "você só pode estar me zoando".
- O PC inspetor do colégio? - Era o único que eu conhecia, mas parecia difícil de acreditar.
- É, ele mesmo!
Eu entrei no msn mais tarde e fui bombardeada por comentários sobre a morte daquele inspetor, sempre tão simpático, que nos contava sobre a vida dele, ria e zoava com a gente.
Todos os ninks ou subninks tinham uma flor e escrito "LUTO", e "PC descanse em paz". Fizeram comunidades e tópicos no orkut.
Ainda era difícil de acreditar, surreal demais. Afinal, ele tinha um jeito cativante, receptivo. Tratava os alunos de igual para igual, não como subordinador, mas como amigos. Sempre sorria, sempre brincava. Eu nunca vi o PC triste - talvez fosse aquela aura dele que sempre nos fazia sentir que qualquer coisa que acontecesse conosco, não importava, porque no final, tudo ficaria bem.
A morte dele foi um choque - não só para mim, tenho certeza que foi para cada pessoa que já o conheceu. Me fez pensar no quanto a vida é frágil e curta - podendo acabar com um piscar de olhos e nós nem sabemos porque morremos.
Nós vamos todo dia dormir, contando que haverá um amanhã, deixando para depois o que se pode fazer hoje. Nem pensamos que podemos não acordar e deixamos de dizer tantas coisas importantes para as pessoas que amamos.
Talvez nós devêssemos pensar mais antes de agir e agir com o coração. Talvez devêssemos ser mais justos e julgar menos as pessoas. Talvez nós devêssemos dizer mais "eu te amo", mas de forma verdadeira, não como se fosse "bom dia". Talvez devêssemos ser mais simpático com nosso inimigo e ter mais compaixão. Talvez agir mais e falar menos. Sermos mais sinceros, mentir menos, xingar menos, amar mais. Talvez aceitar mais e criticar menos a vida. Talvez aproveitar mais, talvez sermos mais feliz.
Afinal, nunca sabemos quando a vida vai acabar. Ela é frágil e incerta. Pode ser bela e bem vivida, ou doida e desperdiçada - depende de como nós a enfrentaremos. E como o futuro a Deus pertence, eu só rezo para ficar bem.



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Dedico esta postagem ao melhor inspetor, Paulo César, do Colégio Brigadeiro Newton Braga, quer veio a falecer no dia 27/11 de 2010, após ser atropelado no dia anterior, por um motorista de ônibus babaca, que ultrapassou o sinal. Agradeço por todas as alegrias, por todas as risadas, por cada momento difícil compartilhado e pela sua ajuda quando ela foi precisa. Descanse em paz. (F)

Dedico a alguns dos meus preferidos:

1. Do you believe in dreams? - Por A e L Whitesh
2. Vacas Azuis Voadoras - Por Luiza Loureiro
3. A hora do desbafo - Por icognita (?)
4. Casos e Acasos - Por Willian
5. Estrela Cadente - Por Amanda

cara irmãzinha desvirtuada,


Cheguei no meu quarto, tirei o jeans Abercrombie & Fitch e os Manolos. deitei na cama com a calcinha La Perla e a camiseta que tinha comprado amis cedo na Barney's. Estava quase pegando no sono, enquanto as imagens da festa de despedida do verão e minha despedida, dançavam na parte interna de minhas palpebras.
Alguém bate na porta e entra.
- Chegou para a senhorita Yves, não faz muito tempo - Disse a empregada austriaca Beline. Eu não dei muita confiança, queria dormir, estava completamente exausta - São dos gêmeos De Vries.
Aquilo me fez levantar.
- Me dê - pedi estendendo a mão para a carta. Paul e Jared estavam em Yale e eram caluros ano passado, mas esse anos, já eram veteranos e eu seria a irmã caloura gostosa dos veteranos fodoes. Os caras iam cair matando em cima de mim, mas tudo bem.


Cara irmãzinha desvirtuada,

Comemos umas gêmeas ruivas hoje, Você deveria ter vindo na
festa do Antonie, foi muito louca. Sentimos sua falta, você provavelmente teria dançado em cima das mesas com uam garrafa de champange e dado para um cara louro que todas as garotas estavam em cima. Esperamos ver você chegando amanhã. Beijos dos seus irmãos pegadores,
Paul e Jared De Vries.

A carta era o verso de uma foto, dos meus dois gatos caídos e loucos de tão bêbados.Mordi o lábio pensando em escrevera elesum e-mail, já que a carta chegaria depois d emim amanhã. Peguei o Nootbook vermelho e entrei na minah conta.

De: yves@devries.com
Para: paul@dvries.com jared@dvries.com

Caros irmãoszinhos pegadores,

Espero mesmo que essas gêmas sejam boas, porque senão, vou bater em vocês. Vou pegar o Trem na Grand Central Station as 7, então devo chegar as 10 da manhã. Vai dar tempo de preparar minha festa de Boas Vindas com toda a classe e dinheiro que podemos gastar. eu quero conhecer o louro, chamem ele para a festa desde já. A Mit e a Penny me deram uma festa e eu bebi muito e advinhem, danceie m cima da mesa com vodka. Me pegem na estação de New Haven.
beijos da sua irmâzinha desvirtuada,
Yves De Vries.

A festa renderia comentários e eu entraria em Yale com o pé direito, pronta para ser a Queen Y. de lá, como era do Upper East Side.



você e eu,

Rio de janeiro, 18 de novembro de 2010

Querido Aro,

E apesar de tudo e por causa de tudo, você me ensinou muito. Para ser sincera, você é a pessoa que mais me ensinou sobre a vida e meio duro para eu admitir isso, porque você também me decepcionou muito. Sei que ultimamente nós temos brigado muito, eu queria saber o real motivo disso - não é simplesmente diferença de opinião - porque brigar com você, sinceramente, acaba comigo.
Acaba como se o lugar onde você costuma ficar no meu coração começasse a arder e depois o mundo perde a graça. Como se uma das minhas estrelas preferidas do céu, perdesse o brilho (mas quando você ta perto fica tudo bem). É triste, por isso eu odeio brigar com você.
Mas de uns tempos para cá, tem sido inevitável, até a mais simples resposta se torna uma faca voado na direção oposta. Não é justo que tudo tome esse rumo, depois de tantos e tantos momentos juntos e felizes. Porque você faz parte da minha vida e mesmo que eu quisesse tirá-lo, não poderia. Você está associado a tudo que mais amo.
Você tem a capacidade incrível de me irritar, me deixar triste, me alegrar, que ni
nguém mais tem (you are the only exception (8) , e para ser sincera eu nem sei como você consegue isso, porque você faz sem tentar. Você ainda é presente na minha vida, mesmo com todas as brigas e todas as discussões, mas parece que tudo vai acabar com um final trágico - você saindo do colégio e nós dois brigados. Embora seja esse o caminho - quase? - inevitável, se for mesmo um fim e se tiver que acabar eu não quero que acabe assim.
Sei que não quero acabar tendo que dizer que te odeio, porque seria crueldade da minha parte. Não se engane, não é que você não mereça minha amizade, é só que nós dois já fizemos muitas besteira, no caminho que já era difícil, sabe-se lá como, nós o dificultamos mais ainda e perdemos o controle, e como um carro sem controle nossa amizade segue pela estrada prestes a bater num poste, a causar um acidente e então tudo irá pelos ares. É só que eu gostei, ou gosto muito de você para ver tudo que vivemos, as alegrias e tristezas, o que eu aprendi e o quanto eu mudei com você ser em vão, não valer a pena. Talvez eu minta ao dizer isso, mas eu quero tanto que ainda seja verdade, que minto feliz – em borá odeie mentir – : eu te amo , Aro Pontielli, o que você é para mim, ninguém jamais será. Dane-se os erros dos outros e os nossos erros, vamos recomeçar, você e eu? Amigos como no ano passado, como tudo deve ser?
É, acho que eu não minto ao dizer: eu te amo.
Se for para ter um final, que seja um final feliz.

da sua querida atrapalhada pela vida,


Luna Waldorf ;*

Hoje,


Querido Aro,

Hoje faz um ano que nós começamos a ficar. Lembro como se fosse hoje todos os acontecimentos anteriores. Eu terminando com o Nate, a Lara me contando de você e nós dois atrás do estacionamento do colégio - vulgo surubão - meio sem jeito, sem saber o que falar, sem coragem de olhar uma para o outro.
Você pegou minha mão, me levantou do chão, passsou a mão na minha franja, tirando-a dos meus olhos e me olhou docemente, de um jeito que só você foi capaz de me olhar, como se eu fosse o melhor de todos os prêmios.
Me envolveu nos braços e me beijou, seu beijo como poesia em meus lábios, foi fácil como respirar, de uma maneira instintiva e doce.
Doce como os dias que se seguiram, sob o sol com os beijos e todos os desejos.
Alguns deles me confundiram, pois ambos somos pessoas muito difíceis, me tiraram o caminho certo. Sei que tudo tomou um rumo diferente, que as coisas não são como deveriam ser, me desculpo por isso e por todas as vezes que tentei desfazer os nós que fiz, tocando novamene em nossas feridas, não permitindo que elas cicatrizem. Mas às vezes, não tocar no assunto é a melhor coisa a fazer.
Se eu soubesse como, juro que voltaria no tempo, e traria de volta as boas lembranças... Nós dois
na quadra poliesportiva do colégio, eu deitada sobre seu peito, escutando atenta seu coração bater, bater e bater mais forte. Fazendo promessas que não seriamos capazes de cumprir, só para ver nossos sonhos e Esperanças se dissipando com o vento e o passar do tempo. Se eu soubesse como, eu faria tudo dar certo, arrumaria um meio de todos nós termos nosso ''felizes para sempre'' , embora eu saiba melhor do que ninguém que contos de fada não existem.
Se eu ... Tantas coisas eu faria... Dividiria mais um milhão de lágrimas com você, brincaria d eroubar beijos e sairia correndo de encontro aos seus braços... Se...
Cansei de todos os se, hoje eu quero o hoje e nada mais. Cansei das fantasias. Hoje, faz um ano que nós começamos. Hoje, como a um ano eu me preparo para me despedir e dessa vez, que quero dizer adeus.
Porque eu não sei mais viver sem você, te olhar todos os dias e descobrir de novo que nenhuma Esperança negada o trará de volta.
Hoje faz um ano de nós dois, eu faço o memso pedido para a minha estrela: cuide do Aro, de-lhe um final feliz, memso que este não seja comigo.


''A velha novidade parece repetir um conto perdido que fez você partir''

beijosmil,
Luna Waldorf
 
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