hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Cabeça encostada à janela do ônibus.
O dia está nublado, mas ela não o vê. A imagem que dança sobre seus olhos é a cor da pele - mel com chocolate - dele, quando o verão acabava. No primeiro abraço do ano ela abria os olhos para a nuca doce do amigo, incentivada pelo seu cheiro.
Era quando a saudade mais queimava e no seu ápice começava a ser domada.
As vezes ela sentia aquela mesma saudade e numa resposta biológica automática, o nariz avermelhava e a boca melava. Em sua mente, se via correndo, desesperada para vê-lo abrindo o portão de madeira branca e com seu jeito sem jeito, aproximar-se pedindo que ela o abraçasse.
Trincou o maxilar de olhos fechados - ainda bem que já estava quase chegando em casa.
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