Sim, era o Aro, mas não era o meu Aro. Como se o meu Aro tivesse morrido e essa fosse uma copia barata, um clone sem vida posto no lugar.
Eu quase consegui ignorar essa sensação, mas ela estava presente a cada respiração. A voz, o toque, o sorriso, o cheiro, e até o brilho dele estavam diferentes. Era um completo estranho.
Eu sabia que minha inquetação se acalmaria depois que eu tivesse uma prova de sua presença. Mas de repente ele estava perto demais físicamente e longe demais espiritualmente. O chão entre nós rachava - eu percebia a diferença dele com todos que vinham falar com ele - e do meu lado, os velhos amigos do Neil Brown, do outro, ele e os amiguinhos do colégio de merda dele. Eu odiei o pai dele mais do que nunca naquele momento, por tê-lo tirado do meu colégio. Eu o abraçava, mas era como abraçar o vazio, um fantasma da pessoa que ele um dia foi, do amigo que eu perdi.
Eu tinha evitado olhar nos olhos dele temendo o que já sabia. E o que eu vi, aliás, o que eu não vi e não senti, me deixou asustada. Mais do que isso, apavorada - eu entrei em pânico. Fui embora grata por ele não me acompanhar, sorrindo falsamente para não ter que dar explicações; corri furiosamente com os pensamentos me picando comos vespas. Deus, quem era áquela pessoa? O que aconteceu com o meu melhor amigo, o garoto que salvou minha vida?
Cansada, encostei na parede de um lugar onde já não podiam mais me ver. Passei a mão no cabelo, desabei na calçada. O sol que brilhava sumiu, a chuva caia forte e me enxarcava, eu chorava como uma criança assustada.
O problema, é que eu quando eu olhei nos olhos do Aro - a cor de pôr-do-sol sumira, ag

Eu voltei a estaca zero. Estava sosinha. Sem Esperança. Sentada na chuva. Tremendo. Não sabia o que fazer e nem sabia se queria fazer alguma coisa - ficar ali parada na chuva, parecia bom demais comparado a perspectiva de me erguer e encarar o mundo. Eu não sentia nada, pela primeira vez eu cai e se sentisse, desejaria ser salva. Desejaria que me seguracem, aparacem minha queda.
Porque eu continuava caíndo, caíndo, caíndo. Tudo passava por mim, mas eu não prestava atenção. E eu continuei a cair. E eu continuo caíndo. E eu percebo, que fico melhor quando atinjo o chão.
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